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quarta-feira, 14 de abril de 2010

PANTANAL MATOGROSSENSE - MIMOSO - SANTO ANTÔNIO - BARÃO DE MELGAÇO/MT

O último feriado da Semana Santa viajamos ao Pantanal de Mato Grosso,  nos Municípios de Santo Antonio de Leverger e Barão de Melgaço, mais precisamente às beiras do Rio Mutum, Distrito de Mimoso - Santo Antonio,  onde nasceu o MARECHAL Cândido Mariano da Silva RONDON. Há mais de 10 anos eu não ia lá, e o João Paulo, que tem 9, não conhecia essa nossa maior riqueza natural de Mato Grosso - O PANTANAL MATOGROSSENSE.

Essa é a maior planície de agua doce alagada do mundo, situada na Região Centro Oeste do Brasil, nos estados de Mato Grosso (40%) e Mato Grosso do Sul (60%). É formada pelos rios que compõe a bacia do prata, notadamente o Rio Cuiabá, Rio Paraguai, Rio São Lourenço, os quais todos nascem em Mato Grosso. O Pantanal inicia em Cuiabá, a partir de onde o Rio de mesmo nome é parcialmente navegável. Outrora a via fluvial era o meio de transporte existente entre Cuiabá e o resto do mundo. Por ali saiam navios que desciam o Pantanal, atravessando terras argentinas até o atlântico, subindo daí até o Rio de Janeiro, então Capital Federal. É uma região rica em diversidade natural e história. 

O nosso passeio foi cheio de memórias e ensinos ao nosso filho que pela primeira vez visitou a região.
Para se chegar ao Pantanal, saindo de Jaciara, pega-se a Rodovia BR 364/163 no sentido Jaciara - Cuiabá e, depois de descer a Serra de São Vicente, toma-se a MT-361 rumo a Barão de Melgaço. Desse ponto até PORTO DE FORA - o entroncamento da MT361 com a MT 040 para Mimoso - são 46km aproximadamente, em estrada de chão/terra elevada, em regular estado de conservação. A partir dessa bifurcação, pegue a estrada da esquerda, MT-040 para Mimoso.


Em Mimoso há uma edificação em estrutura metálica em forma de "donuts" que é o MEMORIAL RONDON. É uma idéia linda, nascida de uma concepção futurista que relembra a propagação das ondas eletromagnéticas e de telecomunicações, remetendo ao nosso Patrono das Telecomunicações, que atravessou este Estado de Mato Grosso lançando em todos os rincões as linhas telegráficas no início do século passado. Rondon é matogrossense de Mimoso, por isso a obra. O projeto é de autoria de PAULO CÉSAR MOLINA MONTEIRO (meu cunhado) e de JOSÉ AFONSO BOTTURA PORTOCARRERO, ambos arquitetos. 

 
De PORTO DE FORA até MIMOSO são aproximadamente 18km e mais 22 km até a Pousada. Depois que passar a ponte do Rio Mutum, é a 3a entrada à direita, com 3 placas de pousadas: Baguari, Tia Feva e Mutm Eco Lodge. A última entrada dessa estrada é a Pousada Rio Mutum Eco Lodge.

 

Desde Rondon até nossos dias, MIMOSO mudou muito pouco em estrutura e cultura, embora tenha se adaptado bem à modernidade, pois seus filhos se projetam em várias carreiras profissionais, o certo é que em número de habitantes estacionou, surpreendendo-nos com 1 pousada, 1 posto de combustível, 1 casa de eventos, 1 igreja, 1 posto meteorológico, 1 lanhouse, 1 posto telefônico,  vários bares, várias casas de isca, vários campinhos de futebol alagados (estamos ainda na época de chuvas) e a mesma humildade e simplicidade do início do século passado.  Resumindo, uma comunidade às antigas, porém com TV via Satélite. Não podia ser diferente, na terra do Patro no das Telecomunicações, Pacificador e defensor da causa indígena no país.

 

Na foto, em frente ao MEMORIAL RONDON, Júlio e João Paulo.

 

Para se chegar à pousada, tem-se que comer muita poeira, ou atravessar muita lama, dependendo da época. Mas o contato com a natureza virgem ou quase é um privilégio e o trajeto faz parte dessa aventura. No dia em que fomos à Pousada rio Mutum, às margens do Rio que lhe empresta o nome, e a alguns minutos de barco da BAIA SIÁ MARIANA (ou Chá Mariana, como se fala aqui),  o tempo estava instável, sem chuva mas muito nublado e anunciando uma chuva muito forte. A previsão do tempo era de chuva para todo o Brasil.
Após uns 5 km de passar por MIMOSO, chegamos à Ponte do Rio Mutum. Quase lá. Chegando....

Na estrada, após a ponte, tem-se várias entradas para algumas pousadas. A entrada da Pousada Rio Mutum Eco Lodge é a terceira à direita. Tem uma placa pequena, junto com outras 2 de outras pousadas. entre ai e siga engrenado. A estrada nos meses de chuva é intransitável desse ponto em diante para carros pequenos sem tração nas 4 rodas.

Enfim, chegamos ao Paraíso Ecológico.


Na pousada os cavalos pastam livremente em toda a área. à noite e bem cedinho podemos ver rebanhos de capivaras e algumas antas. Vários Tuiuiús, araras, papagaios, pássaros de todos os tamanhos e cores, arancuãns piando enlouquecidamente... fazem um barulho ensurdecedor como se estivessem discutindo... É como briga de torcida em dia de jogo de basquete... 
As aves se aproximam todas as vezes que passa um funcionário da pousada com alguma sacola de peixe ou carne. Estão acostumados a comer na mão das pessoas. Não são domesticados, são apenas comodistas. Não caçam, preferem comer do restaurante da pousada. Eu não os condeno, pois a comida de lá é muito boa.

Nos meses de Novembro a Março, geralmente o Pantanal está cheio, e não dá pra ver o limite do leito do Rio Mutum. Só os ribeirinhos locais conhecem onde se pode conduzir o barco. Essa foto, por exemplo, mostra uma área alagada de uns 2000m que vai da área da piscina da pousada até a beira do Rio. Onde os barcos estão ancorados, de junho a setembro fica completamente seco. Mas pra quem pensa que pode sair nadando por ai, um alerta: Tem pelo menos uns 15 jacarés da casa que circulam livremente nessa área, tanto por terra como na água. Além do que o alagado está infestado de piranhas e caterinas - tipo de peixinho nada amistoso que costuma comer em segundos as partes moles de quem se arriscar entrar na água com um minúsculo ferimento... Fique esperto!
causa indígena no país.
Na Pousada Rio Mutum não é permitida a utilização de nenhum aparelho sonoro. Talvez você possa usar um MP3 ou MP4, mas estaria perdendo os sons da natureza, que talvez você não vá ouvir em nenhum outro lugar do planeta. Se os animais ouvem músicas ou sons que não lhes são familiares, eles fogem e não aparecem até se esquecerem do barulho. Isso pode prejudicar o seu passeio. Afinal, você vai ao pantanal para ver a flora, a fauna e os costumes, certo? Deixe as tecnologias para quando você retornar ao seu mundinho.
 
Mas tem coisa que vc aprendeu recentemente que pode levar consigo para lá: Os bons constumes de coleta seletiva de lixo. Isso ajuda a preservar o meio ambiente e a reciclagem de matérias primas. Fora isso, vc tem mais é que aproveitar para passear de barco, conhecer o Rio Mutum, os corixos, canais, baias e ilhas do local. Reze para que a época que você for seja propícia para pesca, safari fotográfico, cavalgada, trilha, passeios de caiaque, exploração ecolócica e outra smodalidades de excurções de aventura. Se você tiver sorte, pode até ver  aonça beber água na Baia de Chacororé.

Se você não é de grandes pescarias, nem tem Carteirinha de Pescador Amador, não pode sair por ai pescando que vai levar uma multa das grandes, porque o IBAMA e a FEMA estão patrulhando a área com muita frequência, a fim de coibir a pesca predatória. A Carteirinha de pescarod Amador pode ser feita pela internet. Vc entra no site do IBAMA, vai na guia SERVIÇOS, Pesca, Amador. Faz o seu cadastro. Depois volta e emite a Guia para recolhimento. R$60,00 para pesca embarcada. A guia com o comprovante de quitação é a Carteirinha Provisória.
causa indígena no país.


Quando estávamos no meio da Baia de Siá Mariana, o tempo fechou. Em algum lugar já estava chovendo e em outro o Arco Iris começava a surgir. Se vc prestar bem atenção na foto, verá. E nós ainda estávamos indo de barco à Baia de Chacororé para pescar Piranhas. Piranha é um peixe fácil de pegar. ele morde qualquer isca. Tem em abundância e quando a gente chega na pousada deixa na cozinha para preparar um caldo dos mais saborosos. Além de nutritivo, há crença de que seja também afrodisíaco. Não é a toa que Jacaré procria tanto desse jeito no Pantanal. Hehe.
Já que estamos nessa, melhor garantir o prato do dia.


Essa é a foto da blogueira, que por um minuto deixou o celular para se deixar fotografar, adinal, no blog, sempre que possível, tem que ter a foto da escritora, certo?



O tempo fechando, os peixes rareando e a beleza da natureza dando o show. Veja essa foto com o céu coberto de núvens pesadas. Uma delas deu uma brechinha e o sol pôs ali os seus mais fortes raios por uns minutos e o visual ficou indescritível. A gente não sabia se era dia escurecendo ou dia raiando, tamanha a originalidade do momento. Era como se vc estivesse num quarto pintado de cores escuras e opacas e de repente acendessem um holofote. Veja o halo no céu. Acho que não é arco iris, é um halo de luzes como as do arco iris. Lindo, lindo. Imaginem ao vivo e a cores!


Até que enfim João conseguiu fisgar uma piranha! A primeira de uma série. Foram muitas. Ele pegou o jeito e não parou mais. Nunca tinha pescado nem lambari. Ficou entusiasmado como nunca. Está fazendo planos de pescar com Tio Chico, meu cunhado pescador. Não é que esse menino gostou? Eu prefiro continuar tirando fotos.


No dia seguinte a pedida foi outra: Cavalgada. Aqui está o João montando um legítimo puro sangue de origem pantaneira he he he!!! É o Pangaré, o melhor cavalo para a lida no alagado. É resistente, dócil, macio, inteligente e obediente. Passou a manhã toda no lombo do cavalo, troteando nos campos ainda secos, abrindo e fechadno piquetes, abrindo e fechando porteiras, vendo capivaras, e bandos de aves de arribação.


Essa foto mostra a postura de quem passa um dia todo cavalgando. No fim do passeio, o cavaleiro de fim de semana assume a curvatura do cavalo.
Bem, este é o resumo do meu Fim de Semana Santa, ou do Santo Fim de Semana que passe no seio do Pantanal Matogrossense, berço de abundante vida selvagem, da qual faço parte.
GGHGHGHGHRRRRHHHHHHGGHHGHGHGHGHGHGHRRRRRR!!!!

Fiquem com Deus e preservem a vida!!!!

2 comentários:

  1. Só uma correção. O distrito de MIMOSO ainda pertence ao município de Santo Antonio de Leverger, e não ao Barão de Melgaço. Mas, enfim, adorei a matéria.. amo aquele lugar.

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  2. Olá Jean Souza. Agradeço a sua correção. Confesso que deveria ter pesquisado antes de escrever, mas confiei demasiado no fato de o Distrito de Mimoso estar nas proximidade da sede do Município de Barão de Melgaço. Isso me levou à conclusão errada. "As coisas nem sempre são aquilo que nos parecem". Obrigada.

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